quinta-feira, 31 de maio de 2007


O Templo do Mundo


O Sol, surge acima dos Templo de Pedra, erguidos pelos primeiros
povos da Terra.
A Sacerdotisa ergue as mãos com as palmas voltadas para o Astro:
- ela entrega seu corpo, o duplo de seu corpo, ao
Astro Rei - e entrega todos os aspectos de Si, permeados
até a Alma, aos poderes físicos e psiquicos do Astro Rei.

Nesse momento, a Sacerdotisa poderá habitar o Templo do Mundo, transparente
como cristal, e em seu interior, ela receberá todas as emana-
ções e forças que o Centro do Universo tem em Si e reparte
com todos os Sóis.

Radiante nos cambios da Luz, a Sacerdotisa se expande em todas as
nuances que permeiam pelas Idades dos Antes e dos Depois.

Mesmo que, reencarnada em Tempos Após, onde o progresso do Homem,
faz esquecer o primitivismo das Forças da Natureza, a
Sacerdotisa retém em si, aparentemente em confusão, mas
intacta, a Pureza dos principios que a desenvolverá para a
Revelação Suprema.

PAIXÃO E O DRAGÃO VERMELHO


O Dragão era de um vermelho escarlate, e os fios de
barba e cabelo, eram negros.

Negros eram seus olhos, abaulados como as gotas
de sangue.

O Dragão era alimentado pela paixão de Tanni, porque
ela o alimentava para viver, pois seu amor carnal, es-
tava mais frio que as perólas esquecidas numa gaveta.

O dia e a noite, os astros no Céu, não guardavam ne-
nhum pensamento de Tanni. Nem a Vida, que deixava
suas perdas e ganhos como o lixo que o vento levava
do jardim.

O Dragão, enlaçava o corpo de Tanni, com suas gar-
ras recurvas e suas pernas gordas.

O coraçào da jovem era um depositário de lacre
vermelho, vazio, porque ela temera guardar nele
a esperança da volta de seu amor.

O ventre do Dragão palpitava sobre as coxas de Tanni,
pois que ela se enlaçava cada vez mais nele, fazendo
iluminar em seu interior, os chackras das posses de
seu espírito.

O rapaz amor de Tanni sentiu em sua boca o sabor
do corpo da moça; seus olhos rasgados como o tigre
quando tem sede, sua lingua pendente a procura de
água, quando em vez do liquido que regenera, só sen-
tia o sabor das pétalas das flores, que ornavam o
esquecimento e a derrota.

O Dragão Vermelho fora criado para as mulheres.
Ele sabia aquecer suas vaginas e conservar o calor
com o seu rabo de lagarto virado como um crescente
entre suas coxas.
E abandona-las.
Porque ele era Paixão e o Amor é frio como um pessego na Primavera.

quarta-feira, 30 de maio de 2007




O LABIRINTO


As cadeiras dispostas na nave da catedral de Chartres
dissimulam aos olhares um grande desenho circular
incorporado no seu lageado e conhecido sob o nome
de labirinto. De um diametro de 12,85, ele ocupa toda
a largura disponivel entre os pilares marcando a separa-
ção entre a terceira e a quarta traves vindo da entrada,
e seu centro é cimetrico ao coro para a conexão ao
eixo do transepto.

Por que estaria o desenho de um labirinto no chão de
uma Igreja?

Esotericamente, ele simboliza a vida na carne - onde toda
saida de acontecimentos, nos faz retornar à um lugar que
não nos leva à nenhuma solução.

Volta-se e caminha-se outra vez.
A mesma coisa.
Procura-se outra saida para um recomeço.
Nada nos permite um recomeço.
Sempre a mesma coisa em voltas e voltas - e
quando encontramos uma razão
de viver e de ser, estamos próximos
Às duas últimas linhas do labirinto.

A MULHER E A CASA POBRE

Ela era morena, bonita e pobre.

A casa, pouco mais que um mocambo, numa restinga, a beira de canais ralos de mar - o cheiro de marisia inundando as areias úmidas de restos marinhos, o vento gelado ,
frio e cortante, penetrando naquela casa cheia de
arestas do mal contato entre a taipa e a madeira podre.

Com suas sandálias de couro preto, a saia de chita, a
blusa ganha de presente da chefe de seu trabalho, os
cabelos castanhos escuros amarrados para não esvoaçarem, os olhos da cor das cascas dos mariscos,
Nadir, no entanto, era feliz quando voltava para casa.


Era o aconchego da mãe cabocla, das irmãs menores
que ajudavam na casa - acendiam o fogareiro a carvão,
limpavam o galinheiro, tiravam água do poço para lavar roupa,
limpavam os cachorros de pulgas e carrapatos - e
sorriam alegres quando a viam chegar.

Nadir não sabia - nem poderia imaginar que nas casas
ricas, as irmãs não penteavam umas as outras, não punham
óleos perfumados nos cabelos nem os puxavam
com pentes para amarrá-los ou entrança-los.

O empréstimo de roupas entre elas e os sorrisos trocados
quando a mãe acendia o cachimbo de fumo de rolo...

O principal nisso tudo, é que a pior dor, a pior punição,
a pior tragédia que os mais ricos disfarçavam, não existia
naquela casa humilde: A SOLIDÃO

segunda-feira, 28 de maio de 2007




UM BARCO PARA CASA DE JABOTÍS

Eu disse para o rapaz que vai fazer uma obra em minha
casa:
- Vamos fazer um cercado para os jabotís e emborcar
o velho carrinho de mão como teto para casa deles.
- É... eles vão gostar, sim senhora. Eu ja vi colocarem
um barco velho emborcado como casa e eles gostaram
muito.
Um barco de madeira velha...
Os barcos que se recolhem sobre a areia, apoiados em
pranchas de madeira, para dormirem durante a noite...
têm alma...
Passando por entre eles recolhidos, sente-se as sombras
da angústias que lhe aconteceram.
Um navio naufragado seduz pelo mistério do pequeno
mundo que ele foi - e pelo que passou.

Mas alguém movendo um leme de barco, faz
parte do barco. Ouve o barulho da água, e associa o
volume da embarcação com a água que singra.
Uma canoa corta o mar, enfrenta a onda que se levanta
diante dela - pois, se a receber de lado, emborca. É uma
luta corajosa até o milagre do amainar do vento, onde
um bote é levado pelas vagas que marolam até a areia
da praia.
Um barco quando morre, tem sua história consigo.
Toda historia é fato, todo fato tem alma e toda alma faz
parte do conteudo da vida - pois a vida é criada nos
suspiros, nas ansiedades, nas perdas e nas vitórias:
é assim um veio para vários condutos que podem
organisar um destino no Caos da Criação.

Carta de meu avô chinês


Quando eu visitava a medium Esther Calderon, sempre me
lamentava de não saber como fora a vida de meu avô na
China - pois apesar dele aqui no Brasil ter sido cozinheiro
de gente rica, ele guardava um jornal chinês, que lia após
o jantar - em voz alta, sob uma lampada fraca, de um lustre
de ferro, em sua casa.
Uma tarde, ao chegar em casa de Esther, encontrei uma
carta psicografada por ela, de meu avô.
Ele endereçava a carta à
Claridade,
A Luz do Dia,
Minha neta de agora e minha antepassada
de muitas Eras
O que ela quer saber...
e relatava que ele pertencera à gente nobre que caira em
desgraça do Governo - uns foram presos, ele fugira e se
engajara como criado de um brasileiro pernambucano e
durante um certo tempo, cozinhara para aquele homem -
o que gerou daí a paixão dele pela cozinha.
Li Po se naturalisara brasileiro com o nome de Afonso
Lirio.
Afonso sabia colher os jasmins para perfumar o chá e
nunca deixara de ser budista Chan (Zen, no Japão).
Minha mãe criança, era catolica - criada por uma familia
rica - e quando ele ia visita-la, ela encostava um santinho
no rosto no momento em que ele ia beija-la, para que
ele beijasse o santinho - e meu avô, para contentar a filha,
assim fazia: beijava o santinho catolico.
Tive pouco contato com ele, mas um dia em seu quarto
numa casa antiga em Vila Isabel, perguntei, mostrando
um buda pequeno sobre um movel antigo:
- Vovô, quem é o Buda?
Ele falava mal o português - se mostrou muito atrapalha-
do, e somente disse:
- É... é... um Grande Espirito!
Clarisse
(Claridade)

domingo, 27 de maio de 2007


SONHO


Este Sonho,
não depende do nosso
desejo ;
não existe para o Sonho
a abertura das Cortinas da Imaginação -
nem se fecham elas
quando não sabemos mais
o que Sonhar.
Não sabemos mesmo
que Sonhamos,
Quando Vivemos,
Sem Começo e Sem Fim;
- esse Sonho se chama Vida,
e Sonhamos mesmo
quando morremos
pois o Reino da Morte
é o Verdadeiro Palco -
é o Teatro de todos os começos
e de todo os fins;
a Verdade,
que oculta quando revela
que a Divindade
é Misterio Sem Fim

sábado, 26 de maio de 2007




OS DEUSES


A ultrapassagem do homem no dominio dos deuses
dá-se por um passo, para ele o mais profundo, o mais
doloroso.
As vezes, a humilhação injusta num cárcere.
A suprema humilhaçào, torna o homem despido de
qualquer reminiscencia que lhe poderia atar à vida
comum dos mortais.
O supremo martírio.
A suprema enfermidade.
Os deuses trazem essa passagem disfarçada nos
toques mais negros - e deixam que o clarão da
Iluminaçào exploda em sua alma, tornando-a similar
aos deuses, fazendo-a compreender o segredo de
suas moradas, o segredo de sua convivencia.
Mesmo que as vezes pareça que a Luz se restrinja
no contato com a habitação da Terra, ela não se
apaga - foi apenas uma variação naquele que conseguiu
a suprema Iluminação: ela volta a resplandecer em todo
seu esplendor. O homem agora faz parte dos deuses
e ele tem dois reinados: o da convivencia com a Terra,
que naquele em que nasce a semente deística não se
ofusca nem um raio em sua fabulosa estrela - e o
habitat dos deuses com que ele pode conviver
simultaneamente.
Toda essa vivência escapa ao nosso tato mas ela não
precisa do testemunho do homem para SER.



A CAVALGADA DAS WALKIRIAS

A crueldade da guerra, ainda perdurava no soldado
após sua morte.
Pudesse ele entender porque morrera...
O cheiro do sangue era uma segunda atmosfera.
O impacto produziu a loucura.
O odor acre da pólvora, que descia até à garganta,
era uma tortura.
Quem descobriu que no céu, lugar onde a suprema
barbaridade ainda se fazia sentir, como se para o ser
humano nenhuma contemplação existisse para o so-
frimento, um barulho que vinha aos poucos transfor-
mando o ambiente, transformava também o que era
a "morte " para aquele que fora destroçado?

O barulho parecia uma cavalgada... longínqua, onde
não se imaginavam cavalos... Eram anjos diferentes de
tudo o que se poderia imaginar, sonhar... mulheres
em roupas primitivas, os cabelos enormes voando na
cavalgada louca, elas puxavam os que jaziam mortos
no chão e atravessando sua alma sem corpo sobre
a sela dos míticos cavalos, alcansavam um céu cujo
toque de conforto divino era sua atmosfera de doce
odor inexplicavel, atmosfera para a transfiguração.

E os anjos, as Walkirias, lhe davam a sorver hidromel,
que os transformavam no que nunca haviam imaginado.

Os anjos femininos do Wahalla, tinham a mesma
angelitude dos alquímicos anjos masculinos do panteon
cristão.

Odin sabia o que era uma batalha na Terra, o que era
a guerra criada pelos homens que lhe clamavam
piedade para os sofrimentos - e na feição das mulheres
que podiam ser mães, o conforto de suas desgraças
em mãos que criavam e guiavam - porém que lhes
davam a transubstanciação que só o impactante
feminino poderia realizar.



SAUDADE

Saudade - a grande alquimia dos portugueses.

A grande alquimia veio nas eras obscuras em que
se aliavam os mistérios psíquicos às chaves
dos compartimentos misteriosos do mundo.

Saudade - é um passeio pelos atalhos ignotos da
existencia do homem.

A História Secreta de Portugal, de Antonio Telmo,
me foi presenteada quando de minha estada nesse
país, por um Templário, que me desvendou um Portugal
senhor das entradas mágicas em todo aspecto esoté-
rico em que transcede o Mundo.

Saudade - traz nos caminhos de suas letras - passo a
passo, o desvendar das trilhas ocultas.
No sentimento que essa palavra representa, voce
desvenda a trilha para o sentimento opresso que ás
vezes leva até à depressão, e trilhando-a, você chega
no caminho que conduz à verdade das vidas passadas.
Porque Saudade é falta não preenchida, é suspiro para
"nunca mais " que é a ignorancia da lembrança; e daí
ao desespero. No entanto, se trilharmos o caminho
Saudade, não ha razão para tudo isso...

O teu coração é uma bússula: ele te leva à direção
neste mar ignoto, do país perdido, mas que está ao
alcance de tua mão.
Só voce pode descobrir este país porque ele em si
habita com tudo que só tu podes saber, como tudo
que vivemos na vida, só nós temos a verdade dos
sentimentos.

Qual país, dos muitos em que viveste, gostarias de
tornar a habitar?
O que mais gostarias de fazer? Pintar, compor,
escrever, esculpir, construir?

Vai pela Saudade, abrindo as portas, que encontrarás
o ambiente que refletirá mais em teu espírito e assim
darás mais terreno à tua terra espiritual - expandindo
teu mundo interno que se interliga ao mundo do espírito;
teu horizonte agora é maior e não te sentes mais tão
oprimido como te sentias antes.

Mas, olha, aí está a alquimia da Saudade: com isso
você teve a chance de saber de mais rotas para o
mundo espiritual - vai por essas misteriosas rotas
que te será revelado porque tens saudades quando
contemplas as estrelas...




SAMSARA

Quantas vezes, voltando da praia, com a água salgada
colada ao corpo, fazendo-o mole e morno, me refresquei
com a água doce de uma cachoeira; assim aconteceu
em zona das lagoas de Iguaba Grande - o regato rolando
e espumando por sobre as pedras, passava pela mata
à beira da praia - e também - a volta do mar na zona da
Barra da Tijuca - e a retirada da água salgada com a man-
gueira de borracha do jardim, numa espreguiçadeira
à sombra das árvores, ouvindo o ruido dos insetos con-
tentes pelo verão.

No entanto, a roda do Samsara, que é o envolvimento
cármico, não deve deixar estas coisas agradáveis à pele,
impregnar nossa alma. Olhar o mundo como a tela onde
se desdobra a Vida: não participar dela, Vida, e sòmente
contempla-la.

Tornar nossa alma tão livre, que ela perpasse por entre
"as coisas" e não, até mesmo, através das coisas.

O perpassar pode se satisfazer da beleza das coisas,
tão bem e com a mesma saturação do embebimento
do agradavel - e no entanto não está se prendendo à
maravilhosa matéria.

Deliciosa maneira de viver Vida Eterna, a
cada minuto, a cada segundo
Eterno para o instante

quarta-feira, 23 de maio de 2007


O punhal

Clarisse de Oliveira

A mão que acaricia - é aberta; mas quando ela se fecha no cabo de um punhal, ela é mortal. Quando meu amigo Gerardo morreu, abriram seu armário de caça, e me mandaram escolher o que eu quisesse. Escolho cinco assobios de madeira que imitam os cantos dos pássaros, e um grande e estreito punhal, o cabo trabalhado em prata e pedra preciosa brasileira. Eu percebi muito tempo depois, que a lamina do punhal era mais pesada que o cabo e isso permitia que se eu o largasse de certa altura, ele caia fincado na madeira sem esforço.
Tive uma vida ferida, no seio de uma familia que não me compreendia. Às vezes, adolescente, eu segurava o punhal, pensando:
- Você me tiraria desta vida, mas pressinto que me acompanharás o tempo todo - companheiro agressor, mas sustentáculo onde muitas vezes o amor nos ameaça na sombra mas o segredo da Vida abre Asas em nosso Espirito.

A pequena boneca

Tinha um palmo de tamanho.
Era de porcelana.
Seu cabelo era louro,
um vestido de organza estampada
um chapeuzinho de palha.

Quem daria algo por ela,
que não fosse deixa-la na vitrine
onde a guardavam?

No entanto...
Era miniatura de gente
e isso era uma grande responsabilidade
perante o Mundo.

Existem feitos e coisas
que respondem até por grandes coisas
e o Homem não percebe

Na afeição com que era guardada
havia uma transposição
de gêneros de afeto
que se perdiam na cadencia misteriosa
da Vida
que podia dar muito mais valor
à boneca viva
do que um cadaver de gente
que apodrecia...
clarisse de oliveira

Coluna
Aquilo que é reto, foi cortado do céu para a terra,
e o homem não deixou que entrasse no chão;
- entretanto, sustenta o Universo,

Toda a arte do homem, sua devoção aos deuses,
fica entre as extremidades da coluna.

Quando Sansão derrubou as duas colunas que
sustentavam o Templo,
ele abalou as extremidades;
- e o que resta entre as extremidades?
A força renascida que dependia do comprimento
dos seus cabelos - sustentaculo tão frágil, que
um simples corte, derrubava mais uma força
reconquistada pela fragilidade dos fios.

A Terra é coberta por colunas -
Universo sem extremidades, sem apoio
dependendo da força do Homem
para a Existencia dele Mesmo.
clarisse de oliveira

PAVÃO

O leque mais belo do Univero,
é a cauda do Pavão aberta

O fogo do Sol
e dos vulcões da Terra
nos aquecem
E então, o Universo
com seu leque maravilhoso,
nos abana

As longas penas verdes
que até ouro têm,
nos refrescam
nas estrias mágicas do
que chamamos Vida
e são longas cordas sonoras
que resoam no Cósmico.

Se estendermos a mão,
o Divino colherá
as sementes que criamos
em nossas meditações
para alimentar a Ave Sagrada

clarisse de oliveira

terça-feira, 22 de maio de 2007


Solidão


Um avião no Espaço e a solidão dos seus aviadores.

Um navio em meio ao Oceano e as trevas e a luz do Sol
como suas asas para a Vida.

Ao longe, entre as Estrelas, as cartas com os caminhos
dos destinos das Naves.

IV

Assim fomos abrindo aquelles mares
Que geração alguma não abrio,
As novas ilhas vendo, e os novos ares,
Que o generoso Henrique descobrio:
De Mauritania os montes e lugares,
Terra que Antheo n`um tempo possuio,
Deixando à mão esquerda; que à direita
Não ha certeza d´outra, mas suspeita.

OS LUSIADAS
Luiz de Camões

segunda-feira, 21 de maio de 2007


A LUA DO MUNDO OCULTO

CLARISSE DE OLIVEIRA
Uma Lua Cheia me surpreendeu:
- ela aparecia pelos vidros colocados
no alto da parede que dá para o jardim
Sua Luz misteriosa
Do Céu, trazia o Mundo Oculto para o meio da Terra
É nesse Mundo que a Deusa Diana, a zeladora
dos Misterios da Morte, nos dá a Chave do Segredo de Viver
- os Magos sabem Viver no Oceano da Vida
Não precisam aprender a viver na Morte
As Sombras nos dão o Nós Mesmos
- os Eus que não competem com o Viver

JESUS

Clarisse de oliveira

Teu Aniversario será festejado
Estou separada Anos Luz de você
Quisera que os Espaços não existissem
e toda Imensidão que nos afasta
na verdade não seja real.
Sensualidade,
é considerada pecado mas é a maior força da Criação
A Verdadeira Existência do Universo
A maçã de Lucifer
Se o homem no Paraiso - tomasse o conhecimento
da Árvore dos Deuses
Ele, o Homem competiria com o Poder dos Deuses
Por isso, a Sensualidade é calcada pelo pé do pecado
Para submissão do Homem
Que não pode se defrontar com a Luz.
A Minha Extensão de Mulher
Dança para Ti, Jesus
A Dança Sensual e Sagrada dos Deuses
Oferto-te o Barulho dos Guisos
A Dança Diante De ti
Porque A Mulher Que Sou
Se Dissolve na Grandeza Dela
Na Luz Atraída pela Tua

O CORDEIRO

CLARISSE DE OLIVEIRA
(especial para o blog)

E ele deu um símbolo:
o Cordeiro
E o transmitiu a João, o Evangelista.

E o Cordeiro era branco,
manso e terno
e foi escolhido para mil
sacrificios: Páscoa, Boas Vindas à Terra
e mais degolas para mais sangue...

E quando as almas não mais encarnarão
nos animais e não mais provarão as
angústias e as crueldades?

E com a imagem do Cordeiro
Lírio em forma de animal,
o perfume Cristico
como Alma do Mundo,
Tabernáculo do Espírito de Deus.

VIDA EM PEDAÇOS
A Vida,
é desmanchada como o reflexo do Sol
no meu jardim:
- manchas rodeiam o chão em volta
da piscina
E tenho eu poder para a totalidade?
A totalidade seria um Sol que abrazaria
a Terra
Se sou um Espirito,
o Sol não queimaria
- porque... em certas regiões
o Sol se mistura à Quimicas que o
reflete em outros setores:
- em outros setores, meu Espirito
também se transformaria.....

A BEIRA DO CANAL
Enquanto passava fotos de lugares em Bruges, constatava que havia muitos canais, escuros, úmidos... - e enquanto pasava as fotos, me via só e meditativa... Sempre gostei de bonecas e as guardo e coleciono. Ja foram várias pesoas que me disseram: - Você tem uma guia protetora menina - ela é muito levada e adora bonecas... Os teus aborrecimentos não duram muito, não é? Você logo se recupera, como uma criança... E vendo aqueles canais escuros e triste, vão me chegando lembranças de uma vida passada em que perdi uma filha criança - e daí a explicação pelas bonecas velhas que pertenceram à crianças mortas. Uma mãe maravilhosa... compreensiva e sábia na India... Um namorado de quem tenho saudades... E a familia encapetada com que me vi nesta vida - inimigos de existencias passadas. E tudo passa e se refaz, na poesia, nos sentimentos, para serem porções de literatura, revividos na criação do homem que tudo recompensa e recria.

ALMA DO CASTELO


As ruinas são o Passado da Alma Terra.
Os vestigios arqueologicos, são a Verdade da Terra.

Mas, as ruinas, são o que restou da Vida do Homem, na Terra -
As catacumbas, os tumulos vazios, são evidencias da morte,
mas, os Castelos, foram suas vidas!
A construção do Castelo, foi um periodo de Esperança do seu
proprietario
e a existencia no Castelo, foi o Diario de sua sobrevivencia.

E de toda a historia da Vida de um homem,
restaram as paredes,
os muros,
as escadas de pedras...

O Sol ofusca com seus raios, nos paises frios, com sua presença
gélida, os escombros de várias vidas...

Nos paises dos desertos,
as areias dançam sobre as ruinas,
ao capricho dos ventos quentes....
As ruinas nos paises dos desertos, não são muros nem paredes,
mas são restos colados ao chão, como maxilares desdentados.

Os templos abandonados do Egito, estão sustentados pela pedra,
cada vez mais delapidada pela areia impulsionada pelo vento...

E a respiração do homem, sempre fresca,
no lugar da palpitação do coração apodrecido pela morte,
rodeará o Planeta com o vento até quando o Universo,
imenso,
responderá sempre pela Vida.

domingo, 20 de maio de 2007


NADIJA


Nadija, é uma deusa guerreira do Panteon Hindu.
Mas, também, foi nome de uma serva do Templo da deusa Durga.

Nadija se inflamou da Chama Sagrada,
numa devoção ardente, em noite de Lua Cheia.

A Coluna Ardente, no corpo de Nadija,
transportava efluvios dos deuses
a quantos em sua memória
ela retinha,
que precisassem de assistencia em suas almas.

Nadija reencarnou no Planeta Terra.

A Chama Sagrada,
em Coluna de Fogo
permaneceu, por suas suplicas,
no mundo espiritual em que ela vivera,
antes de vir à Terra.

Em confrontos de temperamento,
em lágrimas de remorso por falhas e erros,
a Chama Sagrada permanece.
Por vezes,
a Coluna Ardente empalidece em chama Prata,
mas, com a chegada de sua Devoção,
A Coluna retoma seu brilho de fogo ardente

Na verdade, Nadija é a conquista dos Deuses.

O pouco que restou sobre a Terra,

será adubo das matas

terça-feira, 15 de maio de 2007


O Amante e o Cão


A lembrança
da chuva fina,
dos tornozelos arranhados
e sangrando da terra e da pedra

As unhas que dilaceraram
seu torso moreno e liso,
os dedos que correram sobre
os musculos de seu peito

Os labios feridos de teus dentes
afiados pelos bagos de cana que trincavas,
os negros cabelos,
de fios oleosos e densos.

De minha Vida,
da Vida que tiraste,
nem a lembrança ficou...
pois eu desejava ficar eternamente
em teus braços
Mas,
de repente,
as cortinas dos Umbrais
se abrem
para deixar-te passar
levando para o Paraiso,
um cão,
o meu cachorro
que te confiei
para que de todo,
nesta Vida,
minha existencia não fosse
perdida.
por saudades de um cachorro.

sábado, 12 de maio de 2007

Frei Galvão


FREI GALVÃO


Frei Galvão, foi um verdadeiro maçon - um pedreiro que construiu
o mosteiro onde iria habitar.
Somos os construtores do Universo;
- além de construtores, conservadores, zeladores.
Cada um de nós, é responsavel por uma cota da Existencia -
no que nos for possivel, zelar pela vida dos insetos, dos minusculos,
que criam os fungos que formam os adubos que são os alimentos
das plantas.
"Não matarás" - nos alimentarmos daquilo que podemos plantar e
colher e reflorestar - e no que pudermos para preservarmos a vida
animal.

No máximo que nos for possivel, medirmos com a régua e vigiarmos
bem para que o compasso esteja na curva perfeita, diante do mais dificil
momento de nossa vida.

Ao ressoar o Carrilhão da Catedral do Universo, sua musica não repercuta
numa falha de nossa vigilancia - maçons que somos deste Universo
Magnifico!

sexta-feira, 11 de maio de 2007


CIUMES DE FANTASMA


"Solamente una vez..."
É meu bolero preferido.
Somente uma vez,
porque,
olho para um passado meu
distante, de uma vida vivida,
e a minha vida de agora
não teve a presença querida,
daquele que hoje
é um fantasma....
"Uma vez"
hoje,
foi uma vida inteira.
A existencia de agora
é povoada de saudade e solidão.
"Somente uma vez"
na Eternidade
sem principio e sem fim,
"é um ponto no "i" do verbo "Aimer"-
e meu ciumes dos lugares
onde o fantasma habita
e de que eu nem posso
me lamentar...
clarisse de oliveira

quinta-feira, 10 de maio de 2007


AGRADECIMENTO


Você,
é o Milenar
para mim
Agradeço
o Blog novo que organisou
mais que uma dádiva
- e o reconhecimento
a maneira do Tibet
são reflexos
de tudo o que é meu
o que foi
e o que poderá ser
Mahamudra
esfacelado do espirito
que sou
para as Divindades
do Himalaia
que você reconhece
e de que possui
o Reflexo

humildemente, clarisse

quarta-feira, 9 de maio de 2007


A ARTE DOS ARQUETIPOS


Quando, na Terra, temos um pensamento construtivo, no sentido
da arte, ou utilidade, logo após, há um intervalo às vezes até preenchido
com pensamentos desarrazoados.
A Paz seria em parte, mantida, no Estado de manutenção arquetipa -
o mais possivel.
Paz Profunda, seria uma melodia de Fundo, constante, enquanto na
Região dos Arquetipos, nos acostumassemos a estarmos sempre
mantendo-os.
A Vida de manutenção é agitada.
O Mundo pede muito e às vezes não dá exatamente o que esperavamos.
Mas, se conseguissemos compreender a Região dos Arquetipos,
estaríamos constantemente emanando o Amor embrulhado em Paz e
compreensão, assim como o voo em largos circulos no alto espaço,
das grandes aves.

segunda-feira, 7 de maio de 2007


UM PASSAPORTE DOS CAMPOS ELISEOS


- Você descerá à Terra.
Eis teu passaporte: A Lembrança de tua encarnação passada.
Terás acesso ao teu tempo nos Estados dos Espiritos e poderás
usar esse tempo em tuas meditações e incorporar os
Campos Elíseos nos teus desempenhos espirituais.
Poderás usar as Estradas do Hades, o Mundo dos Espiritos,
entre as Horas da Existencia.
Poucos te compreenderão.
Muitos sacudirão um dedo diante de teu rosto.
Os Esotéricos te proibirão de falar sobre isso.
Mas, se essa lembrança não te foi retirada, tudo o que fizeres,
terá o cunho dessa tua caracteristica.
Ouça os deuses, não ouça os homens.
A tua lembrança da ultima encarnação, será a possibilidade
de caminhares no Espaço entre as duas vidas.
As tuas vestes agora, serão os sudários do Hades.

O teu desempenho será julgado pelos Sacerdotes desse Templo
da Eternidade:
- Missão cumprida e se deixares o Sudário nas mãos dos Sacerdotes,
caminharás perdoada no Paraiso dos Campos Elíseos.

sábado, 5 de maio de 2007


ESPIRITO


Não é a Volta ao Lar Anterior - o que acontece com a Morte;
- as vezes, vamos para outro Plano, "promoção" devida ao
"desempenho" da ultima vivencia na Terra.

Os que se acostumaram ao "refugio" do Espirito, nas meditações,
e sentiram o ambiente do Espirito, o mantêm, porque é um passeio
nos Campos Eliseos, um escape da matéria sempre solicita de
coisas materiais, que também podem ser espirituais, desde que,
saibamos manter com o Espirito, a vida na matéria da Terra.

Os pés na Matéria da Terra e a cabeça nas regiões Espirituais,
as mãos abertas e estendidas para todas as situações da matéria,
é um estado de Alma equilibrado e bem fazejo, pois o Espirito
está regendo a existencia material.
Não nos sentimos solitarios, senão temos conosco um irmão que
pense afim e nos faça companhia.
No Espirito, não existe Solidão: a Vida Espiritual é tão plena de
descobertas e compensações que nos mantém sempre no limiar
de um proximo encontro Divino: e isso é TUDO.

quinta-feira, 3 de maio de 2007

Ptonisa


Ame o aprendiz de sacerdote.
Se esse amor,
dificultar como teia de aranha
as manifestações
através de ti, ptonisa,
para com os homens,
procure
a Ação Divina
que nada pode ofuscar.
A loba prenhe,
fugitiva, perdida, perseguida,
esfomeada, a cata de uma cova
em que possa dar a luz,
e ainda esquálida, se arrastando,
procurar alimento
para transformar em leite
para os filhotes,
traz em si,
latente, o infalivel socorro Divino,
que seja o que ele for,
traz oculto dos homens,
da Criação,
o Indecifravel Infalivel,
que os Salva.
Coração de Veludo


Os Elementais
criaram um coração de veludo
amarelo e rosa,
perfumado,
pequeno, pois cabe na concha da
mão de uma criança de dois anos.
O coração, tem uma pelagem de seda,
e seu sangue é como o sumo da rosa.

Quando o coração está tenro
e maduro,
ele é acondicionado em seu tesouro
por flores rosas,
de pétalas tão finas como asas de borboletas,
e então o Pessegueiro é o Cetro
da Realeza da China